domingo, 23 de outubro de 2011

MI BUENOS AIRES QUERIDA.......

Bão, Mineiro é um bicho esquisito..... quando resolve sair de perto das montanhas e se embrenhar por outros lugares, a coisa tem que ser boa demais..... Ou pelo menos parecer boa demais....
Depois de mil e uma indicações, lá fui eu junto com o digníssimo comemorar 15 anos de casamento desbravando Buenos Aires e concluindo: é querida mesmo - para los hermanos.....
Não que a cidade seja ruim.... ou feia.... Arquitetura belíssima, La Plaza de Mayo uma grande surpresa (limpa, bem cuidada e florida - ao contrário do que nos falaram). Recoleta caríssima (já esperávamos) e contrariando os mineiros belorizontinos bairristas, o Cemitério de lá realmente é muito mais bonito que o Bonfim!!!!!!! (perdoem-me, apesar de não entender o gosto fúnebre de nossos hermanos, confesso que minhas últimas passagens pelo Bonfim foram além da cortesia para com aqueles que se foram e os que ficaram: realmente observei a arquitetura e as obras de arte....).
Mas devaneios a parte.... falta alguma coisa em Buenos Aires.... Ou sobra: a cidade é de uma cafonice exagerada!!!!!!
Custei a encontrar uma palavra que conseguisse traduzir meu sentimento diante da cidade lotada de teatros e livrarias, que respira cultura e que olha para nós brasileiros do alto de uma empáfia portenha... A cidade é um exagero de cores, perfumes e estilos misturados, mas sem a harmonia encontrada na cidade de São Paulo, por exemplo. Sem falar que o complexo fálico deles consegue ser maior que o nosso. Traduzindo: o pirulito deles (ou Obelisco, como preferirem) é muito maior que o nosso acanhado pirulito da Praça Sete.
Estava preparada para um monte de coisas: boa carne (é realmete boa - recomendo o restaurante "Casas de Las Lilas" em Puerto Madero), bons vinhos (para beber lá, não vale a pena trazer, mesmo por que sua bagagem é tratada como lixo em Ezeiza e o risco de quebrar as garrafas é enorme. Mas o Free Shop de lá é melhor que os do Galeão e Guarulhos), pagar propina a torto e a direito (gorjeta pessoal, incluída na conta e mesmo assim exigida pelos garçons de forma acintosa), a conhecida falta de educação portenha.
Estava até preparada para enfrentar uma noite de Tango melodramático comandado pelo Señor Fernando Soler (uma mistura de Cauby Peixoto com Clark Gable do Rio da Plata). Mas não estava preparada para a sensação de estranheza diante de uma cidade da qual não trouxe nada a não ser um mal estar indefinido... e vários produtos de beleza, bem mais baratos que no Brasil!!!!! (E Alfajores, afinal eu não sou de ferro!!!!)
Falta personalidade na Buenos Aires de hoje, repleta de peruanos e bolivianos espalhados pelas ruas, principalmente na famosa Cale Florida, transformada em um camelódromo após as 18:00, lotado de produtos chineses. Até o tango parece deslocado ... dançado de forma burocrática e sem a paixão tão cantada nas vozes e sons de astros como Gardel e Piazzola.
Parece que os Portenhos que não migraram para Florianópolis fizeram uma caricatura de si mesmos, mas sem o calor e a legitimidade esperadas por um lugar aparentemente nacionalista. É uma cidade que tenta lucrar com o passado - mas sem conseguir avançar para as modernidades das grandes metrópoles.
E para terminar, se sua intenção é comprar, prepare-se: cartão visa internacional com chip NÃO FUNCIONA!!!!!!!!!!

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